29 de jun. de 2010

Médico de Homens e de Almas

"Médico de homens e de almas", de Taylor Caldwell, Ed. Record.

Li este livro em etapas, já nem me lembro quando.
Conta a vida de São Lucas, evangelista que não esteve frente a frente com Jesus Cristo, mas passou a difundir seus ensinamentos depois de grandes provações que passou em vida. Fez milagres, conheceu Nossa Senhora e a maior parte do que aprendeu sobre Cristo foi através Dela.

Para mim a importância desse livro, não está apenas no seu conteúdo...Mas no que esteve relacionado a ele na minha vida e na vida de meu filho, Lucas.

Houveram 2 episódios para que esse livro entrasse na minha vida, não sei qual veio primeiro, mas vou contar aqui.

Um dos episódios, foi através de um pediatra do Lucas. Um dos trocentos médicos em que o levei tentando descobrir porque tanto choro e vômitos de madrugada...Antes de saber de sua doença.

Não vou citar o nome do médico. Homeopata, levei meu filho pq achava que estava tudo relacionado à sua bronquite e o pediatra alopata não estava dando conta. Bem, mil bolinhas e gotinhas também não adiantariam para resolver os problemas dele. Enfim, um belo dia, o médico comentou sobre o nome do meu filho, Lucas e perguntou se era homenagem a São Lucas. Eu disse que era apenas coincidência, afinal há muito tempo eu não frequentava igreja, não praticava minha religião, afastada mesmo. Dessa forma, praticamente não dei bola quando ele falou do livro, que contava sua vida e muito influenciou na escolha de sua carreira - São Lucas era médico. Em outra consulta, o médico, que era judeu e devoto de São Lucas (!), disse estar muito desmotivado com a carreira e pensando em abandoná-la. Resultado: nós o abandonamos, rss... Como continuar com um médico que pensa em desistir?

Outro episódio:
Em agosto e setembro de 2001, fui para Ouro Preto, numa viagem inesquecível de estudos com meus alunos de 4a série e a minha coordenadora. Acho que até hoje, a Cris não imagina como essa viagem e tudo que ela me ensinou lá foi importante na minha vida como educadora, como mãe, como ser humano...

A viagem começou alguns dias depois do aniversário de 3 anos do Lucas e foi muito difícil deixar meu pequeno com o pai e os avós, por vários dias, pela primeira vez.
Lá, conheci um casal, amigos da Cris, artistas sacros: ZNelson e Maria Ephigênia. Ele fazia pinturas sacras, murais, painéis e oratórios e ela trabalhava com folha de ouro nos acabamentos. Duas pessoas muito especiais! Nos receberam em sua casa-ateliê, conversaram com as crianças sobre seu trabalho, sobre a cidade, suas histórias e personagens. Naquele dia, eu estava com o pensamento aqui em SP, porque tinha falado por telefone com minha mãe que me contara que Lucas estava com febre e mancando, supostamente por causa de uma picada de mosquito no pé (ele sempre foi alérgico...). Sabendo disso, Maria Ephigênia quis ver fotos dele que eu levava na bolsa. Elogiou muito e me contou a história de Lucas ou Lucano, o "Médico de homens e de almas" do livro homônimo, sugerindo que eu o lesse pois era um livro muito especial sobre alguém que tinha o nome do meu filho.

Voltei e Lucas continuava mancando, chorando, vomitando e começou nossa peregrinação de médico em médico...

Encontrei o livro, comprei, mas não conseguia passar dos primeiros capítulos. Muito detalhista sobre a paisagem e o contexto histórico da época, achei monótono demais. Queria agilidade, queria soluções para o problema do Lu e não as encontraria ali. Desisti.

Meses procurando um diagnóstico, ganhei uma imagem de São Lucas da minha avó e descobri sua igreja, próximo da Raposo Tavares. Comecei a rezar, pedir ajuda a São Lucas, que iluminasse os médicos que atendiam meu filho, para encontrarem uma solução.

Coincidência ou não, no dia de Sto. Expedito, finalmente veio o diagnóstico e no dia seguinte, a cirurgia.

Maria Ephigênia soube através da Cris, lá em Ouro Preto, da doença do meu pequeno e ligou no hospital para me dar uma força. Por muitos anos mantivemos contato por carta e telefone. Hj perdi esse contato, uma pena.

No final das contas, após a doença, tratamento e cura do Lucas, tomei um novo fôlego e consegui ler o livro todo. Consegui ver naqueles detalhes excessivos, a beleza de sua história de fé e persistência.

Acredito hoje, que tenha sido um dos elementos que me deu essa força que todos dizem que eu tenho e nem sempre eu mesma consigo enxergar.

É um livro muito especial...

18 de jun. de 2010

Você gosta de Tango?

Céu de Tango, de Elsa Osório, Editora Planeta.

Este livro estava na minha lista há uns 2 anos e foi uma grande decepção.

Quando estive em Buenos Aires, 2 anos atrás, fiquei apaixonada pelo tango, mesmo tendo assistido apenas a um show mega numa casa noturna e não ao tango tradicional. Comprei até cd de tango eletrônico, Bajofondo, que recomendo.

Enfim, cheguei no Brasil e vi uma resenha sobre este livro numa edição da revista Claudia e pensei: "Tango + Buenos Aires = saudade, tenho que ler!"

Finalmente, há um mês comprei o livro e comecei. Uma semana depois decidi encostar  o dito cujo na prateleira, antes que eu passasse a odiar tudo que se referisse a esse tipo de música ou a Buenos Aires, rsss!

Em Céu de Tango, um casal de argentinos se encontra na França, com a paixão pelo tango em comum. Até aí, tudo bem. Esperava toda a sensualidade do tango nesse romance....mas só há conflitos existenciais dos personagens.
Acontece que no livro, Tango é um personagem, é um lugar, é uma música. É tudo e não é nada! O pior de tudo é descobrir que quem gosta de tango, não vai pro céu nem pro inferno quando morre...vai pra Tango :p

Trocentos personagens são jogados na história a cada capítulo, e não levam nada a lugar nenhum! Misturam passado e presente numa confusão tremenda.

Comecei a dormir em cima dele, cada vez que pegava no livro. Quando isso acontece, melhor desistir!
Não recomendo!

17 de jun. de 2010

Sobre os meus livros "Indignação"

AMO ler! Sou leitora compulsiva, dá pra ler um livro por semana, tranquilamente, quando o livro é bom, claro!

Acho que apenas listar o que leio é muito superficial. Tentarei escrever um pouco sobre cada um dos livros da minha lista.

Começando pelo livro que estou devorando agora, "Indignação", de Philip Roth, publicado pela Companhia das Letras.

Seguindo um dos Cassetas, Beto Silva, no Twitter, li seus comentários sobre esse autor que não conhecia e fiquei curiosa. A história é ótima e tem muito a ver com meu momento atual.

Trata-se da história de um rapaz de 18 anos e sua indignação frente a vida - família, universidade, colegas, paixões, política, enfim, TUDO o deixa indignado e o autor apresenta os motivos do personagem.

Muito bom, vale a pena ler! Curto, de leitura fácil e rápida, acredito que devo terminá-lo em mais 1 ou 2 dias.

Fica um trecho que li hoje e muito se aplica aos meus últimos dias:

"A fraqueza de outra pessoa pode destruí-lo tanto quanto sua força. As pessoas fracas não são indefesas... Uma pessoa tão INSTÁVEL pode ser uma ameaça para você."




16 de jun. de 2010

Entre o real e o virtual

Vamos a mais um capítulo da minha história...

Em 2003, Rebeca nasceu. Comecei o ano letivo de 2004 de licença maternidade e ganhei uma sala de 4a série, com 4 alunos, em outro período. Ou seja, a pior sala da escola, o resto do resto...terrível!!! Quando voltei da licença, tentei, mas olha, tava difícil! Deixar minha bebê com os avós, Lucas ia pra mesma escola em outro periodo, então pouco ficávamos juntos...

A gota d´água veio em agosto. Aliás, 2 gotas. Havia a previsão de uma cirurgia ortopédica para o Lú, que deveria ficar de 2 a 3 meses engessado. Como eu ia deixá-lo com minha mãe engessado, mais a bebê pra ir trabalhar? A segunda gota: a catapora baixou em casa e pegou primeiro a Rebeca, com 8 meses de idade, tadinha. Em seguida, Lucas e Alê. Adulto com catapora é F@#%! Foi até parar no hospital.

Com esse quadro de calamidade pintado, pedi demissão da escola e me afastei da Natura pois nem vender eu conseguia.

Quando tudo se acalmou, aqui estava eu, deprimida e estressada. Eu e o computador.

Um grande amigo nosso nos enviou convites para o tal do Orkut. Relutei, relutei, mas acabei aceitando e a idéia me agradou.

Primeiro, porque adorei encontrar pessoas que não tinha notícia desde o tempo de escola. Segundo, porque sempre me dei muito melhor escrevendo do que falando. Aquele era meu paraíso!

Entrei em pouquíssimas comunidades - da escola antiga, do bairro, de bandas e uma em especial, da Kiss FM que eu começava a ouvir na época. Dali, me convidaram para outra, a Escola de Amigos do Rock. Resolvi participar ativamente das postagens e acabei conhecendo pessoalmente o pessoal com quem trocava idéias virtualmente. Fiz amizades, umas duram até hoje, outras não...mas chego nesse assunto mais pra baixo.
 
Na EAR, parecia haver uma batalha de egos e depois de 1 ano da comunidade, que seria comemorado com uma grande festa, a coisa desgringolou...Os membros mais ativos de lá saíram, quando não eram expulsos e migraram para outras comus. A EAR ainda existe, mas daquela turma original, restam poucos. Restam???
 
Desde aquela época eu sempre disse que pra mim, o mundo virtual, o orkut principalmente, deveria ser sinônimo de diversão. Se vira motivo de brigas e picuinhas, não é mais diversão.
 
O Orkut foi minha válvula de escape durante muito tempo! Até a banda do Alê, a Lochness, ressurgiu por causa dos encontros das comunidades. Mas isso é papo pra outro post...
 
Enfim, nesses 6 anos de Orkut, me encantei com muita gente e me enganei também, lógico!
Não vou citar nomes. Não gosto das tais picuinhas que eu tanto critico.
Ao mesmo tempo que frequentava a EAR, e tbm depois dela, passei pela Alternativa Kiss, Asilo de Rockeiros, Professores roqueiros, Kiss Oficial, Hora do recreio, Ricci professor Rock and Roll, etc.
A cada nova comu, novos encontros, novos shows, novas pessoas.
 
O problema está em saber discernir o que é real do que é virtual - e aqui finalmente chego ao ponto principal deste post.
Muitas pessoas VIVEM a Internet intensamente. Acordam e dormem pensando no Orkut, no MSN, no Facebook, nos blogs, no Twitter, no MySpace... E é exatamente AQUI que está o problema.
 
Eu vivi o Orkut intensamente nos primeiros 3, 4 anos de Orkut. Depois cheguei a conclusão de que não podia deixar de lado os amigos anteriores a isso tudo, nem a minha família. Achei que tinha MELHORES AMIGOS vindos do Orkut. Mas sei lá...é como disse uma outra pessoa que conheci lá: No orkut,  não fazemos amigos, fazemos colegas, fazemos conhecidos, contatos. E isso não desmerece NINGUÉM!
 
Apenas quero deixar claro que a amizade mesmo, de verdade, pode até acontecer, mas "extra" Orkut. Vc faz o contato por lá, mas se vai vingar ou não vai depender do "Cultivo" que foi feito fora da tela, longe do teclado. 
 
Porém, há muitas pessoas que transformam sua vida real em virtual, e vice-versa. Transferem sua vida pra dentro da tela. Até há o contato fora da rede, mas parece que as pessoas não sabem mais ouvir, apenas falar.
 
Na rede, histórias são criadas, boatos são espalhados. Cabe a nós acreditar ou não em tudo que está escrito ali. E como isso é difícil!!!!
 
Tomei as dores de pessoas em que eu acreditava piamente. Defendi, fui excluída, mas fiquei ao lado. Acreditei.
Mas depois acabei descobrindo que aquilo tudo era "Boato de internet", pura ficção. As pessoas transferem seus devaneios para o teclado, aí já viu: Quem conta um conto aumenta um ponto...Aquela historinha inocente vira uma bola de neve, começa a envolver terceiros, pode até destruir casamentos.
 
Nesse ponto eu cansei.
Quando percebi que essas pessoas inventam e ACREDITAM piamente em suas histórias, tentei ajudar. Tentei abrir os olhos.Mas se a pessoa não quer enxergar...
 
Continuo no mundo virtual me divertindo a beça!
É pra isso que estou aqui, não pra ficar pra baixo, ouvindo problema e fofoca dos outros.
Não preciso disso.
 
Fica a lição e a dica: tomar cuidado para não transformar nossa vida numa história virtual.
Vale compartilhar fotos, trocar confidências, jogar, twittar...Só não vale deixar de viver!!!!