9 de set. de 2011

Agora eu sei

Não, não vim aqui postar a música dos anos 80 de Zero e Paulo Ricardo, rsss

Vim dizer que agora eu sei, um pouco, MUITO POUCO do que passam pessoas como o Lucas, o Dudé, o Jairo, tantas outras pessoas que acompanho de muito perto ou de muito longe, e que convivem na marra com as questões da falta de mobilidade.

Estou quase louca desde que quebrei o braço, há uns 20 dias na festança da Niura. Festa boa! Showzaço da Lochness! Anos 80 na pista! E um chão  molhado no meio do caminho. O tombo mais besta do mundo que graças a Deus ninguém filmou! De lá direto pro PS... Punho direito fraturado e uma tala de gesso liiiiindia no braço!

IMOBILIZADA. E não sou canhota, não sei fazer nada com a esquerda. Ninguém merece. Três dias depois o ortopedista resolveu engessar de vez o braço todo, porque já aparecia um pequeno desvio na fratura... e me encaminhou para o colega especialista em mãos, que ia decidir se me operava ou não.

Enquanto isso, fui vivendo um pouco do que vi tantas vezes aqui em casa com o Lucas mas não sabia realmente o que significava. Banho de gato, no banheiro das crianças que tem o box maior pra alguém poder ajudar. Saco plástico no braço. Tentei de esquerda, mas, gente... tem coisas que não dá pra fazer com a esquerda. Simples assim.

GRAÇAS AO BOM DEUS a fratura não me impediu de navegar... bloggar... twittar... escrever minhas histórias... Se não, aí sim eu tinha enlouquecido! Já não posso escrever com lápis e papel, nem dirigir, nem...nem... nem... Nem nada!

E pra fazer os brigadeiros pro niver do Lucas? Só mexi um pouco pra dar o ponto... minha mãe quem colocou tudo na panela, misturou... A Estagiária Sabrina veio ajudar pra enrolar também. Sniff! Nunca deixei de fazer os brigadeiros das festas das crianças....sniff...

E pra dormir? As duas primeiras noites foram péssimas... Quem disse que eu conseguia dormir sem ser de bruços?

Quando o médico disse: Ou você opera ou você fica mais 5 semanas engessada pra depois talvez ainda ter que operar, mais do que depressa resolvi operar. A epopéia da espera pela internação é um capítulo a parte no desrespeito a pacientes, tanto por parte do convênio médico, quanto do Hospital, mas isso é papo pra quando eu não estiver a fim de me estressar lembrando...

A cirurgia correu tranquila. No dia seguinte a saída do hospital também foi uma novela, por conta do moderníssimo carro novo do Alê ( da empresa) e do também péssimo atendimento da seguradora, da Ford, etc. Também é outro papo.

Alessandro acabou tirando uns dias de férias, que estavam reservadas pra ( se Deus quiser!) nossa breve mudança de apartamento. Belas férias, coitado! Assumiu o papel de motorista que meu pai vinha fazendo e também o de DONO de casa... mandou bem... Só não peçam pra ele picar tomates. Não na frente de vcs... Se eu não estivesse junto vendo, talvez, não doesse tanto, kkkkk Mas não posso reclamar.

Agora, retirada a tala de gesso pós cirurgia, estou de munhequeira fashion.  E um medo danado de fazer qualquer coisa. Sem a munhequeira não consigo fazer nada. Talvez depois que tirar os pontos. E mais umas três semanas pra voltar a dirigir...

Voltando ao ponto inicial... Sempre "imaginei" como um deficiente pode se sentir nas mais diversas situações. Sempre pensei que soubesse como é por viver o dia-a-dia do Lucas. Quantas vezes não pensei que ele estava sendo manhoso, fazendo drama, exagerando...

Agora eu sei, e volto a dizer, o que eu sei NEM SE COMPARA ao que ele enfrenta. Eu, com dificuldade de digitar com a esquerda, pensava "Renata, pensa no Dudé digitando, sem erros...tá reclamando do quê?"

Apesar de toda a dificuldade com a falta de mobilidade, de sentir uma falta danada da minha INDEPENDÊNCIA, sei que isso não é nem um terço da dificuldade que meu filho tem no dia-a-dia... e que ele tira de letra. Eu não, rsss

Então, tento encarar isso tudo como um exercício. daqueles que todo mundo devia tentar pelo menos uma vez na vida: passar alguns minutos de olhos fechados ou tentar fazer suas tarefas do dia-a-dia sem usar as mãos...

Se alguém topar esse desafio, depois me conte.

É um exercício que nos faz refletir sobre como reclamamos demais da nossa vida SEM MOTIVO.

Aproveito pra agradecer 3 pessoas que estão cumprindo muito bem as MINHAS tarefas: Mamis, Papis e Alê. Tks for everything!



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