23 de fev. de 2012

Guerra & Paz - Memorial da América Latina - 21/02/12

No Carnaval realizei um sonho. Fui com Alê e as crianças ao Memorial da América Latina visitar a exposição Guerra e Paz, de Portinari.

O "Mapa Man" Alê, mais novo "Rei da Barra Funda", se perdeu só um pouco - porque lógico, não me ouviu...rs Mas se redimiu porque logo parou e pediu informações a um guarda de trânsito ( O.O ) Chegamos com chuva e encontramos quase todos os paulistanos que não viajaram no feriado por lá.



A exposição é composta pelos famosos painéis "Guerra" e "Paz", pintados por Portinari entre 1952 e 1956, como presente do governo brasileiro para a sede da ONU. Além deles, foram reunidos pela primeira vez cerca de cem estudos feitos pelo pintor para a execução da obra, documentos e recortes da época.

Portinari executou a pintura, sob os protestos dos médicos que o acompanhavam. Na época, ele já tinha sintomas de intoxicação pelo chumbo presente nas tintas que usava. Mesmo assim, aceitou a missão. E viu os painéis juntos, finalizados, uma única vez antes de embarcarem para os EUA, há mais de 50 anos. Não pode comparecer a cerimônia por ser simpatizante de idéias comunistas.

Depois de tanto tempo, o Projeto Portinari, após inúmeras articulações junto do Governo Federal, trouxe os painéis para o Brasil, a fim de serem restaurados e expostos aqui.

Descobri Portinari quando eu era pequena, nas minhas andanças pelos museus de arte com a Tia Marley e redescobri, trabalhando na Escola Semente. Nessa "redescoberta" me apaixonei, tanto quanto por Tarsila.

"Guerra"
Entrar no Salão De Atos Tiradentes e encontrar aqueles painéis imensos já foi de uma emoção sem tamanho! Pela importância, pela grandiosidade...Por toda a cenografia, o clima criado... Cores apenas nos painéis. No centro, depois de alguns minutos, um telão exibe imagens de Portinari e suas obras, com a narração do poema "A Mão", que Carlos Drummond de Andrade escreveu em memória de seu amigo. Penso em amigos, como o Muryel, que PRECISA ver, ouvir e sentir isso!!! Em seguida, Milton Nascimento canta Guerra, e depois Paz. Aí eu penso, "Cris, por onde você anda, será que já veio ver isso???" E enquanto isso, são exibidos fragmentos de cada obra, ao mesmo tempo em que eram iluminados nos painéis. E Alê, que sabe da importância de tudo isso em minha vida, ali do meu lado.

 Ah... me chamem de louca, de boba, de sentimentalóide (Gostei dessa palavra! Usei bastante ultimamente...rss)... Mas aí já não contive as lágrimas...

"Paz"
Lucas, tem a "sementinha" da Semente dentro dele... Não lembrava muitas coisas de Candinho, mas amou! Rebeca, com medo da "Guerra"... falava sobre a emoção de ver o trabalho do artista que está estudando na escola.

Guerra me tocou muito mais do que Paz. Apesar do tema, trouxe mais energia pra mim. Mais cor, mais vibração. Apesar de prezar pela paz.

Filmei o telão, mas é claaaaaro que não consegui trazer o vídeo pra cá. Meu celular ainda tem mistérios demais pra minha cabeça nefelibata...

Agora, me aguentem... vem mais de Guerra e Paz e Portinari por aqui nos próximos dias...

Um comentário:

  1. Realmente emocionante! Vibrante!! Impressionante!

    E adorei seu texto,morzi! Passou a emoção que vivemos lá!

    bjo

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